quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Até que a vida nos separe

Parte 5

Tumblr_lr7clbve0m1r2nbjuo1_400_large

- Não pode ser. Como assim? Morto?
- Sim! Tentamos reanimá-lo mas já era tarde demais.
Um silêncio mortal invadiu a linha, mas foi interrompido por um choro incessante de Laís. Ela não foi pro hospital, não tinha forças para isso. Esperou Caco chegar...durante duas horas.
- Meu amor! - disse Caco assim que entrou em casa.
- Eu tava preocupada, desesperada. Você sai com um objetivo, um único propósito, como se precisasse de sangue para sobreviver. Você não se tocou de que aquilo era caso encerrado, de que não era pra fazer nada? - começou Laís, chorando, gritando.
- Laís...Laís. Calma! Respira...
- Respira? Caco... você some, sem dar sinal, pronto pra uma batalha sangrenta e demora três séculos pra chegar e ainda me pede calma?
- Foram três horas! Eu não estava preparado pra batalha sangrenta nenhuma. Agora para de gritar e me diz o que tá acontecendo.
- Você se importa? Se importa comigo? Com o que eu sinto?
- Para de drama Laís! A gente passa o dia todo sem se ver e hoje você vem encrencar porque eu fui te defender daquele idiota?
- Não...
- Então pronto Laís! Se quiser me falar o que houve, fala. Se não eu vou tomar banho.
- Vai tomar banho então, tô saindo.
- Tchau.
Laís tentou arrumar forças, esperar Caco chegar não adiantou de nada. Pegou um táxi e foi para o hospital, chorando ainda mais por estar começando a entender o que estava acontecendo.
- Pronto senhorita! A senhora está bem? - perguntou o taxista
- Aqui o dinheiro, fica com o troco. Está tudo bem, obrigada.
Ela entrou no hospital. Era provável que não conseguisse mais ver o corpo, mas ela estava disposta a tentar.
- Quero falar com o Dr. Daniel! - disse Laís na recepção
- O que a senhora deseja? - perguntou a recepcionista sem saber de nada
- Meu pai morreu aqui...quero ver o corpo.
- Oh! Só um minuto. Lamento pela perda
- Eu também
A mulher ligou para o médico e em pouco tempo ele se encontrava dentro de uma sala com Laís.
- Quero ver meu pai. Me despedir dele.
- Vou autorizá-la, mas você só tem cinco minutos.
- Tudo bem.
Laís entrou na pequena sala, seu pai ainda não havia sido encaminhado e se encontrava em cima de uma maca no quarto.
- Pai! Sei que não está me ouvindo e que é um pouco tarde, mas eu preciso lhe falar tudo que não tive coragem durante todo esse tempo. Dizem que a gente só dá valor quando perde, faz sentido, é verdade. Só hoje pude perceber o quanto eu te amo...o quanto sempre te amei. Me perdoe por tudo...porque eu sempre perdoei você, mesmo dizendo que não. Eu sempre te amei, e lamento muito que tenha lhe dito isso um pouco tarde demais.
- Seu tempo acabou!
- Só um minuto!
- Um minuto.
- Pai...meu pai! Eu te amo! Sim, eu chorei quando soube disso e lamento que tenha te abandonado, não ter ouvido sua voz uma última vez. Me perdoa, onde o senhor estiver, me perdoa por favor. Eu amo você pai.
Uma lágrima caiu sobre o pano, ela sabia que nunca ouviria a resposta e nem sequer a voz de seu pai novamente, e isso a fez chorar ainda mais. Era tarde demais pra amá-lo, pra perdoá-lo...pra dizer que tudo ia voltar a ser como era antes.

- Continua

Por: @line_liline

Ps: COMENTEM! Falem se tá ficando bom hihi

Nenhum comentário:

Postar um comentário