domingo, 14 de agosto de 2011

Até que a vida nos separe

Parte 1
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- Bom dia meu amor! - disse simpático Caco, meu namorado.
- Bom dia! - disse eu com voz de sono - Que horas são?
- São sete horas. Você pediu pra eu te acordar às sete não foi?
- Foi sim. Obrigada! Vou me arrumar pro primeiro dia de trabalho.
- O café está quase pronto.
- Huum! Que delícia!
- Vamos ver.
Risos de ambas as partes. Fui pro banheiro e depois pro quarto. Me arrumei sentindo o cheiro do café. Caco era meu namorado à apenas quatro meses. Morávamos juntos em um apartamento pequeno fazia uma semana.
Ele saiu da casa dos pais faz um ano, foi assim que fez dezoito, no mesmo dia. Eu, por minha vez, saí da casa dos meus pais faz apenas seis meses, uma semana após fazer dezoito. Nos conhecemos em uma balada faz cinco meses, ficamos durante um tempo e estamos juntos faz quatro meses. Resolvemos morar juntos quando íamos comemorar os quatro meses de namoro.
- Vem tomar café senão você vai se atrasar pro estágio. - disse ele romântico
- Já estou indo! Com que sapato você acha que devo ir? O pep toe ou a gladiadora?
- Hã? Pep toe? Gladiadora? Prefiro o preto sem essas tiras.
Risadas da minha parte.
- É o pep toe!
- Ah que bom! Você quer comer ou não?
- Estou indo!
- É o seu primeiro dia. Não pode se atrasar. E o trânsito da cidade está péssimo.
- É mesmo né? Calça jeans escura ou clara?
- Escura.
- Blusa branca ou preta?
- Que tal ir só de sutiã?
- Engraçadinho.
- A preta.
- Ótimo! Vou com a gladiadora, calça clara e blusa branca.
- Essas não foram as minhas escolhas.
- Eu sei!
Peguei uma xícara de café com leite, comi meu misto-quente rapidamente e desci as escadas do prédio. Eu estava atrasada para o meu primeiro dia como estagiária numa loja super movimentada no centro da cidade. Que nervosismo que me dava em horas como essas.
Cheguei na loja e já foram me dando o uniforme. O que era aquilo? Uma calça folgada azul, uma busa branca escrito "Ajudante" e um tênis preto sem graça.
- O que é isso? - perguntei atônita
- Seu uniforme. Vista-se logo pois a loja está cheia - me disse a mulher arrogante
Em pensar que aquela era uma loja de roupas da moda e eu estava vestida feito uma mendiga dos anos 80.
Eu estava horrível naquele uniforme. Como alguém entraria numa loja sendo que as ajudantes se vestiam daquele jeito?
- Agora pegue isto! - me disse a mulher ao me ver uniformizada
- O quê é isso?
- Seus utensílios de trabalho
- É um rodo, detergentes e vassouras
- Eu sei
- Eu não vou trabalhar na limpeza! Sou vendedora.
- Não é não.
- A moça que me contratou disse que eu seria vendedora.
- Escuta aqui minha querida. Quem manda aqui sou eu e se você quiser ficar nessa loja será como faxineira.
E agora? Eu havia saído de casa e precisava de um emprego. Meu namorado trabalhava numa boate como DJ, mas ganhava pouco e precisávamos pagar o aluguel do apart, fora as mil contas e os 50% das faculdades. O que eu ia fazer sem o emprego?
- Tá bom! Me dá o rodo. Por onde eu começo?
- Pelos banheiros.
Entrei no banheiro feminino e tive uma surpresa nada agradável.
- Laís? Olha! No fundo eu sabia que você ia acabar com um rodo e um pano de chão na mão. Uma vagabunda como você merece isso e muito mais. - disse Katherine, filha do meu pai e motivo pelo qual eu saí de casa.
Eu não acredito nisso.
- O que você está fazendo aqui? - perguntei com raiva mas tentando ser educada
- Vim comprar umas roupinhas novas. Agora que você saiu de casa tenho um quarto só para elas por isso preciso de mais algumas. Mas depois de te ver aqui vou vir todo dia rir da sua cara.
Não pensei duas vezes. Peguei T-O-D-O-S os produto de limpeza, abri e joguei na cara dela. Taquei os rodos, vassouras, baldes e ainda parti pra cima para lhe dar socos e pontapés. Ela gritou muito até que a chata que me mandou lavar os banheiros chegou e apartou a briga.
- Você está demitida!
- Não...
- Saia já daqui! Você não viu o que fez com a cliente?
Pronto! Eu havia perdido o emprego por causa da chata da bastardinha. Havia perdido meu pai também. Até quando ela ia me atormentar? Fui pra casa chorando. E agora? Eu precisava do emprego e havia perdido-o por causa da chata da filha do meu pai.
No ônibus todos riram de mim por causa daquele uniforme ridículo que eu estava usando. Caramba eu não pude trocá-lo na loja e estava usando-o dentro de um ônibus. Era muito azar mesmo.
Cheguei em casa, mas não antes de começar a chover e um carro me sujar todinha de lama. Eu não merecia isso, não mesmo.
Entrei, tomei banho e vesti uma roupa seca. Já fui pegando os jornais e procurando emprego. Sorte? Que nada. Liguei para tudo quanto é lugar e as vagas já haviam sido ocupadas. Deu a hora de ir pra faculdade. E qual não foi minha surpresa?

Continua!

Por: Aline

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